Os triglicerídeos são um tipo de gordura presente no sangue e que desempenham papel importante no fornecimento de energia para o corpo. Após as refeições, o organismo converte as calorias não utilizadas em triglicerídeos, armazenando-os nas células de gordura para serem liberados quando necessário. No entanto, quando os níveis dessa gordura no sangue ficam muito elevados — condição chamada de hipertrigliceridemia —, o risco para doenças cardiovasculares, pancreatite e outros problemas de saúde aumenta consideravelmente.
O valor ideal de triglicerídeos no sangue deve estar abaixo de 150 mg/dL. Valores entre 150 e 199 mg/dL já indicam um alerta, enquanto níveis acima de 200 mg/dL representam risco alto e precisam de acompanhamento médico. A elevação pode ocorrer por diversos motivos. Entre os principais estão má alimentação — especialmente o consumo excessivo de carboidratos simples, açúcar, frituras e gorduras trans —, sobrepeso, sedentarismo, excesso de álcool e tabagismo. Doenças como diabetes tipo 2, hipotireoidismo, doenças renais e hepáticas também podem elevar os triglicerídeos, assim como predisposição genética.
O grande perigo dos triglicerídeos elevados é que, na maioria dos casos, não apresentam sintomas visíveis, funcionando como um problema silencioso. No entanto, silenciosamente, eles contribuem para o endurecimento e estreitamento das artérias (aterosclerose), aumentando o risco de infarto e AVC. Em casos extremos, níveis muito altos podem provocar pancreatite aguda, que se manifesta com dor abdominal intensa, náuseas e vômitos.
A boa notícia é que a redução dos triglicerídeos pode ser alcançada de forma eficaz com mudanças no estilo de vida. A base está na alimentação equilibrada: reduzir o consumo de açúcares refinados, farinha branca, refrigerantes e alimentos ultraprocessados, ao mesmo tempo em que se aumenta a ingestão de fibras, vegetais, frutas e gorduras boas. Alimentos como peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha, atum), sementes de chia, linhaça e nozes ajudam a equilibrar o perfil lipídico. Trocar manteiga e margarina por azeite de oliva extravirgem é outro passo positivo.
A prática regular de atividade física também é essencial. Exercícios aeróbicos como caminhadas rápidas, ciclismo e natação aumentam o gasto de energia e melhoram a utilização dos triglicerídeos pelo corpo. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas é fundamental, já que o álcool pode elevar rapidamente os níveis dessa gordura no sangue.
Na abordagem natural, algumas receitas e combinações alimentares podem ajudar:
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Suco verde antioxidante: bata 2 folhas de couve, 1 maçã verde, 1 fatia de abacaxi e 1 colher (sopa) de sementes de linhaça com 200 ml de água.
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Chá de hibisco com gengibre: ajuda a melhorar a circulação e tem efeito levemente termogênico, favorecendo o controle de gorduras no sangue.
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Salada de abacate com limão e chia: fonte de gorduras boas que auxiliam no equilíbrio lipídico.
Além da alimentação, manter o peso corporal saudável e dormir bem são fatores que influenciam diretamente nos níveis de triglicerídeos. O corpo precisa de descanso adequado para equilibrar os hormônios envolvidos no metabolismo das gorduras.
É importante reforçar que, embora as mudanças no estilo de vida sejam extremamente eficazes, pessoas com níveis muito elevados de triglicerídeos podem precisar de tratamento medicamentoso prescrito pelo médico, especialmente para prevenir complicações graves.
Controlar os triglicerídeos não é apenas uma questão estética, mas sim um investimento em saúde cardiovascular e qualidade de vida. Pequenas mudanças diárias, quando mantidas ao longo do tempo, podem evitar doenças e garantir que o coração e as artérias funcionem em plena capacidade por muitos anos.